Existem estudos que comprovam o fato de que flashes de luz podem induzir convulsões em decorrência de uma fotossensibilidade onde as pessoas acabam sentindo desconfortos diversos, como náuseas, tontura e mal-estar, na medida que são expostas a uma alternância intensa de luz.

Esse problema costuma ser chamado de epilepsia fotossensível e ele se caracteriza como uma reação do cérebro ao ser exposto a um padrão de luzes que aumentam as atividades das células nervosas que ficam localizadas no córtex cerebral, conhecida como a zona mais superficial do cérebro.

Os sintomas que costumam ser sentidos quando a pessoa com fotossensibilidade aos flashes de luz são variados e na medicina costumamos chamar essas convulsões de crise epiléptica.

Logo, é preciso ficar atento aos sinais e evitar ao máximo os estímulos que induzem as convulsões.

Quer saber mais detalhes sobre como os flashes de luz podem induzir convulsões?

Confira no texto.

 

Os flashes de luz na indução de convulsões

Pode-se dizer que os flashes de luz são como gatilhos para as pessoas com fotossensibilidade, isto é, que possuem uma tendência a sofrer convulsões seguidas por outros sintomas, como náuseas e tontura, ao serem expostas a luzes intermitentes ou com padrões contrastantes de luz e escuridão.


Esse problema costuma atingir cerca de 3% das pessoas diagnosticadas com epilepsia, sendo mais comum em jovem – algo em torno de um em cada 4.000 com idades entre 5 e 24 anos – e é estimado que o problema tenha relação com fatores genéticos, mas o fato de a pessoa nascer com o gene da fotossensibilidade, segundo especialistas, não garante que ela irá desenvolvê-la ao longo da vida.

Ou seja, a epilepsia fotossensível ainda é uma incógnita para os especialistas em alguns sentidos.

Vale ressaltar que esse problema ocorre pelo fato de os flashes de luz aumentarem de forma anormal a sincronia das células cerebrais dentro do córtex visual e isso pode fazer com que os neurônios disparam em um nível relativamente maior entre as suas redes.

Esse disparo acaba recrutando outros neurônios e isso provoca uma espécie de descarga hiper síncrona que tecnicamente conhecemos como convulsão e demais sintomas da crise epiléptica.

É possível evitar as convulsões causadas pelos flashes de luz?

Ao longo dos anos ocorreram episódios de convulsões em massa por conta do estímulo elevado de flashes de luz, como é o caso do filme do "Pokémon" em 1997 que levou diversas crianças do Japão pararem em hospitais com sintomas de tontura, dor de cabeça, náuseas e convulsões.

Na época ficou comprovado que uma cena específica do filme contava com luzes vermelhas e azuis piscando de forma intensa causando os episódios de convulsão. Com isso, as autoridades japonesas passaram a exigir algumas diretrizes para a criação de animações, como é o caso da limitação de tempo em que as luzes e as cores piscam e ficam expostas entre uma cena e outra. Outro caso na indústria cinematográfica foi a cena de “Os Incríveis 2”, na época a Pixar emitiu um alerta sobre a cena do filme.

A princípio esta é uma forma interessante de evitar as convulsões causadas pelos flashes de luz, mas para as pessoas diagnosticadas com epilepsia fotossensível o ideal é fazer tratamentos específicos.

Ou seja, o ideal é que essas pessoas sejam monitoradas regularmente e tratadas com sintomáticos que tem por objetivo aliviar os sintomas da doença e não curar a epilepsia fotossensível.

É claro que existem outros mecanismos para tratar o problema, como a realização de cirurgias a fim de remover em sua totalidade a zona que desencadeia as convulsões no cérebro, porém essa abordagem não é muito comum tendo em vista os riscos que este tipo de procedimento pode proporcionar.

Diante do avanço das tecnologias é importante que os fabricantes fiquem atentos quanto ao trabalho de luzes e cores expostas em jogos, vídeos e outras mídias a fim de evitar os episódios de convulsão.

Como a maioria das pessoas não fazem ideia de que são portadoras da epilepsia fotossensível o ideal é que todos sigam diretrizes que beneficiam o bem-estar deste público, além de estimular as pessoas fazerem exames que visam diagnosticar este tipo de problema e o início de tratamento adequado.

Neuroimagem em epilepsia causadas por fotossensibilidade 

Tecnologias de neuroimagem como o EEG (eletroencefalograma) são um dos principais recursos  usados para diagnosticar e identificar se algumas pessoas sofrem com epilepsia causadas por fotossensibilidade. Durante o teste, eletrodos são utilizados no couro cabeludo dos pacientes e o estímulo de flashes com cores diferentes são disparados na frente dos olhos dos pacientes. As alterações nos resultados do EEG podem indicar que o paciente realmente apresente convulsões, náuseas e vômitos devido à fotossensibilidade.

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Referência

  1. Photosensitivity and Seizures. Epilepsy Foundation and Epilepsy Together. https://www.epilepsy.com/learn/triggers-seizures/photosensitivity-and-seizures



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Autor: Tassia Nunes
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