O estresse nos mata aos poucos! 

Sendo um termo rotineiramente utilizado, o estresse é uma resposta que os organismos tendem a dar em virtude de acontecimentos passadas ou futuros que causem estranhamento ou desconforto. É uma reação bem comum nos indivíduos, mas que merece atenção especial para que não possa prejudicar, em níveis excessivos. 


Mas como localizar e medir tais níveis no corpo?


As reações relativas ao estresse são reguladas e controladas por três estruturas: hipotálamo, glândula pituitária e glândula adrenal, que juntas formam o eixo HPA. É este eixo o responsável por secretar adrenalina e cortisol, hormônios responsáveis pela busca do equilíbrio do organismo. 


Em especial, o cortisol apresenta níveis variáveis durante o dia, de acordo com a rotina do organismo. Todavia, em situações estressantes, o nível desse hormônio pode ser elevado em até vinte vezes, e, caso essa quantidade se mantenha alta, acarreta o chamado estresse crônico. 


A situação crônica do estresse pode desencadear modificações químicas e estruturais em áreas essenciais do cérebro, como hipocampo, córtex pré-frontal e visual, levando até mesmo a morte de neurônios. Por meio da ressonância magnética funcional (fMRI) é possível analisar as atividades cerebrais nas diversas regiões do encéfalo e, assim, medir se a área está prejudicada ou não. 


Dessa maneira, os prejuízos à saúde dos indivíduos com elevados níveis de cortisol são incalculáveis, indo desde o despertar de doenças que estavam “adormecidas” como esquizofrenia ou depressão até perdas de memória e diminuição no volume de substância cinzenta no cérebro. Vale salientar que a longo prazo, os prejuízos a saúde são ainda mais exagerados e podem ser irreversíveis. 

De acordo com a apresentação do Dr. Thijs Launspach no TEDx, as cargas de estresse precisam ser conciliadas e administradas, de forma que, o indivíduo seja capaz de dominá-la e não contrário. Dessa maneira, podemos dizer que o estresse faz parte do nosso cotidiano e é necessário para que nós sejamos capazes de aprender coisas novas, todavia, cabe a nós nos relacionarmos com ele de forma saudável.

Além disso, há estudos que associam a incidência maior de agitação em pessoas que se dizem estressadas, enquanto nas pessoas que se intitulam mais tranquilos não há sinais de estresse. De posse de tal evidência, podemos dizer que o fator psicológico está diretamente relacionado também às descargas de cortisol no sangue.


Mas como se relacionar bem com essas situações estressivas?

A melhor maneira é controlando os níveis de cortisol. Para manter os níveis deste hormônio em equilíbrio, é ideal que se tenha um estilo de vida saudável e tranquilo com uma alimentação balanceada, prática de exercícios físicos frequente e cuidados com a saúde mental. 

Segundo Robert Waldinger, também no TEDx, uma maneira de levar uma vida mais confortável e, consequentemente, menos estressante, é através de boas relações interpessoais, baseadas em muito diálogo e respeito. 

Portanto, dominar as situações estressantes e se manter em equilíbrio consigo são as melhores maneiras de contornar os males que o estresse podem vir a nos causar.

Cuide-se!


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Referências


SILVA, Erika. Efeitos do estresse crônico em áreas do cérebro. Revista Eletrônica da Estácio Recife, v. 1, n. 1, 2015.


ZORN, Jelle V. et al. Cortisol stress reactivity across psychiatric disorders: a systematic review and meta-analysis. Psychoneuroendocrinology, v. 77, p. 25-36, 2017.

 
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Autor:

João Paulo Bezerra Fernandes

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