NEURORESILIÊNCIA - Mantendo a mente calma mesmo diante dos piores cenários

01/06/2022 02:30:42 Author: Eric Grabriel
Vivemos num mundo cada vez mais acelerado e cheio de estímulos, onde a ideia de CALMA é quase utópica. Esse ritmo desenfreado é estressante para o corpo, mente e relacionamentos. Diante desse cenário, a raiva promove desgaste corporal e mental, além de alimentar conflitos.
 
 
A vida moderna propicia a ativação simpática crônica, que causa estresse para o corpo e mente. Reagimos a ameaças inexistentes ou exageradas para não deixarmos de notar as ameaças reais, conhecida como paranóia do tigre de papel, que cria ansiedade desnecessária e torna mais difícil ver as ameaças reais e enfrentá-las. Observe se você não está superestimando ameaças e subestimando seus recursos para lidar com elas. 
 
A raiva ocasiona muito desgaste corporal e mental, bem como ela alimenta conflitos. Podemos ser poderosos e assertivos sem nos irritarmos. Tenha em mente que todas as pessoas vivenciam dores físicas e/ou emocionais em um certo momento. Quando estiver diante da dor ou da ameaça, seja capaz de MANTER A CALMA. Contudo, é habitual aparecer a reação de fuga, luta ou paralisia, com certa combinação de MEDO, RAIVA e DESAMPARO, e é normal senti-los. A problemática surge quando essas reações se tornam invasivas, crônicas ou prejudicam seu bem-estar, seus relacionamentos ou seu trabalho.
 
RELAXANDO E CONCENTRANDO-SE
 
Tudo está em constante mudança no nosso corpo e mente, seja para melhor ou para pior. Ora, estamos num mundo cada vez mais volátil, incerto, complexo e ambíguo, e diversas ondulações passam por nós todo dia, a cada instante. Como mantemos o equilíbrio, então? Corte as ondas interiores e exteriores. O sistema nervoso autônomo faz o gerenciamento do corpo e sua mente por meio dos ramos simpático e parassimpático. Esses ramos do sistema nervoso se conectam como uma gangorra: se um está para cima, o outro fica para baixo. Quando relaxamos, a ativação parassimpática cresce, reduzindo a atividade simpática e os hormônios do estresse relacionados a ela. Use os passos SARE para internalizar experiências constantes de relaxamento, isso fará com que a sensação básica da vida tenha menos pressão, ansiedade e irritação.
 
O relaxamento apresenta-se de maneira facilitada quando estamos à vontade. Dessa forma, reserve algum tempo, por exemplo alguns minutos, para entrar num relaxamento profundo, através da meditação, diversas vezes por semana, isso realizará a ativação do sistema nervoso parassimpático. Busque pequenas ocasiões para relaxar no decorrer do dia, principalmente quando o alarme do estresse começar a apitar. Prolongue a expiração, libere a tensão, mexa-se e concentre-se em imagens para reduzir a atividade verbal e ajudar a relaxar.
 
ANSIEDADE DESNECESSÁRIA
 
Grande parte das pessoas superestima ameaças e subestima seus recursos para enfrentá-las. Isso faz com que elas sintam mais ansiedade do que é necessário ou conveniente. Reflita que mesmo nas situações que sabemos racionalmente e que não há razões à temer, ainda assim resta um pouco de ansiedade no fundo do peito, e temos a sensação de que algo pode dar errado a qualquer instante.
 
A ansiedade potencializa a defensividade, a paralisia e a imobilização. Tudo isso nos deixa menos resilientes. Tenha claro na sua mente que a ansiedade existe, mas que você precisa aprender mecanismas para lidar com ela. O que fazer então? Usando a potencialidade interior CALMA juntamente com outras como compaixão, atenção plenaaprendizado, garra, gratidão e confiança, você poderá ser gestor dos seus sentimentos.
 
SENTINDO-SE MAIS SEGURO
 
Para nos sentirmos seguros, necessitamos interromper a expansão das ameaças e reconhecer todos os recursos que possuímos. Não suprima o medo nem despreze o que ele tenta lhe dizer, ele tem seu papel. As preocupações sensatas são suas amigas e o livram de situações potencialmente perigosas. USE O MEDO, NÃO DEIXE QUE ELE O USE. Saiba que geralmente, as ameaças que nos cercam provavelmente não são como acreditamos que são, suas consequências não serão tão maléficas e TEMOS A CAPACIDADE DE ENFRENTÁ-LAS MUITO MAIOR DO QUE IMAGINAMOS.
 
RAIVA
 
A raiva é uma reação natural à dor, à frustrações, às agressões e à injustiça. Reagimos à raiva do outro com nossa raiva, ocasionando ciclos viciosos nos relacionamentos. Controle-a. Permanecer calmo. Minimizar a raiva não significa consentir com injustiças nem se transformar num abobalhado. Podemos ser fortes e vigorosos. Analise as funções positivas da raiva, administre-a e a exprima, ao mesmo tempo que aborda as questões por trás dela. A raiva habitualmente está ativa no fundo da nossa mente, e é imprescindível reconhecer sua presença, pois através disso é possível controlá-la em vez de se deixar controlar por ela. Tenha consciência da raiva em seus muitos tons e intensidades, da leve exasperação à fúria violenta.
 
A raiva é uma maneira eficiente de camuflar a mágoa e a vulnerabilidade, afirmar status e dominação, afastar o medo e compensar o sentimento de pequenez ou fraqueza. A raiva crônica ou frequente é fatigante. Cuidado com a culpabilização. Desacelere. Se precisar, afaste-se e acalme-se. Tente não falar nem agir com raiva. Faça a experiência de se comprometer a passar um dia inteiro sem falar nem agir com raiva (um grande desafio, mas vale a pena a tentativa).
 
A dor e a ameaça ocorrem com todas as pessoas e provocam nossa necessidade de segurança. Ocasionalmente, medo e raiva, nas suas mais diversas formas e intensidades, aparecem na cabeça de qualquer um. Com A FORÇA DA CALMA, você poderá administrar as mais diversas situações e sentimentos. Busque periodicamente ocasiões para realizar a ativação do sistema nervoso parassimpático, tais como relaxamento e meditação.


 
Referências
HANSON, Rick; HANSON, Forrest. O poder da resiliência. Rio de Janeiro: Sextante, 2019. 256 p.
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Autor:

Eric Rodrigues

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