Liberdade, Responsabilidade e Pertencimento - Corpo Território é Unidade Primordial nos Estados Responsáveis
Uma sociedade onde os conceitos de liberdade individual, responsabilidade coletiva e a sensação de pertencer são integrados em uma compreensão holística do "Corpo Território", comunidade ou nação como um organismo vivo, interconectado e interdependente.
Liberdade é vista como a capacidade dos indivíduos de agirem de acordo com a sua vontade, dentro do contexto de uma sociedade que respeita e apoia essa expressão individual, mas também a condiciona ao bem comum.
Responsabilidade implica uma consciência coletiva em que cada indivíduo é responsável não só por si mesmo, mas também pelo impacto de suas ações no "Corpo Território" — ou seja, no ambiente social e natural.
Pertencimento é entendido como a relação profunda e intrínseca entre o indivíduo e a comunidade. Essa conexão começa no nível mais fundamental do ser e se estende até a participação ativa na sociedade.
Corpo Território simboliza a união entre as pessoas e o espaço que habitam, onde cada pessoa é uma célula vital dentro do organismo maior do Estado ou da sociedade.
Unidade Primordial refere-se à sensação original e fundamental de estar conectado com tudo ao redor, uma ideia que é valorizada e protegida dentro deste sistema.
Estados Responsáveis são aqueles que reconhecem e promovem a liberdade, a responsabilidade e o pertencimento, agindo não apenas como reguladores, mas como facilitadores e protetores do bem-estar coletivo.
Para um Estado funcionar harmoniosamente e ser verdadeiramente responsável, ele deve reconhecer a interconexão de seus cidadãos não apenas entre si, mas com o próprio Estado como uma entidade viva que suporta e é sustentada por seus membros. Isso requer políticas que equilibrem liberdade pessoal com responsabilidade coletiva, e que cultivem um forte senso de pertencimento entre os cidadãos.
Michael Sandel, em "The Tyranny of Merit", argumenta contra a noção de que o sucesso é sempre merecido e o fracasso é sempre merecido. Ele critica a sociedade meritocrática por criar uma arrogância entre os bem-sucedidos e o desânimo entre os menos afortunados. Sandel sugere que a ênfase na meritocracia pode levar ao desprezo por aqueles que não 'conseguem', e uma falta de solidariedade comunitária.
Ele defende que todos os cidadãos devem ter igualdade de oportunidades desde o nascimento, e que o Estado deve recompensar os contribuintes de forma transparente para fomentar um sentido de pertencimento e responsabilidade cívica. Isto significa que o sucesso ou o valor de uma pessoa não deve ser medido apenas pela educação ou posição econômica, mas também pelo seu contributo para a sociedade de maneiras que não são necessariamente quantificáveis financeiramente.
Sandel argumenta que, para contrariar a "tirania do mérito", deve-se reconhecer a importância da sorte e do privilégio na obtenção de sucesso, e trabalhar para assegurar que todos tenham as mesmas oportunidades de realização, independentemente de suas circunstâncias de nascimento. Isso envolve reavaliar as contribuições para a sociedade e garantir que o Estado recompense e reconheça todos os tipos de contribuição, não apenas aquelas que são economicamente lucrativas.
Assim, o sentido de pertencimento ao estado é fortalecido quando os cidadãos sentem que suas contribuições são valorizadas e que têm uma participação equitativa na sociedade, independentemente de seu status ou riqueza.
Dessa forma, a liberdade, o pertencimento e a responsabilidade não são apenas simultaneamente desenvolvidos, mas também são interdependentes. A liberdade individual é entendida dentro do contexto do bem-estar coletivo, o pertencimento é ampliado para incluir o meio ambiente e a responsabilidade é vista como um compromisso com a saúde e a sustentabilidade desse sistema integrado.
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