Sayonara Pereira da Silva
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Então é Natal, e o que você fez?: Estudo sobre tipos e eficácia das resoluções de ano novo

A virada para um novo ano se aproxima, é tempo de pensar o que foi feito durante o ano que se passa e traçar novas metas para o ano que chega. Você já definiu quais são suas resoluções para 2022?
 
Quando se deseja mudar algo, geralmente se busca um marco temporal para isso, como o início de uma semana, do mês ou de um ano. Esse hábito é conhecido como “efeito de um novo começo” (the freshstart effect). Mas nem sempre é fácil seguir os planos traçados.
 
Para cumprir metas, é necessário que deixemos de lado recompensas imediatas para atingirmos os objetivos de longo prazo. Em um dia ensolarado, por exemplo, devemos ir trabalhar/à escola e resistir ao desejo de aproveitar o dia na praia. Para mantar a resolução de ano novo de um hábito alimentar mais saudável é preciso ignorar o desejo por alimentos processados (Dixon, 2010).
 
Os pesquisadores Oscarsson et al. (2020) reportaram um estudo que indicou que 77% do participantes mantiveram os planos na primeira semana do ano. O número caiu para 55% após um mês, 43% após três meses, 40% após 6 meses e 19% ao final do ano.
 
Oscarsson e colegas (2020), em pesquisa com 1062 participantes, investigaram quais são os tipos de resoluções de ano novo mais comuns, questionaram se há diferenças na taxa de sucesso entre as diferentes metas e se é possível aumentar a probabilidade de sucesso provendo informações e exercicíos para estabelecimento de metas de forma eficaz.
 
Para tanto, os participantes foram divididos em três grupos: o grupo 1 não recebeu suporte para formular nem acompanhamento periódico; o grupo 2 recebeu algum suporte, como informação sobre os efeitos positivos do suporte social. Eles foram orientados a escolher uma pessoa para apoiá-los durante o ano. Por fim, o grupo 3 recebeu as mesmas informações do grupo 2, com o adicional de indicações de como formular metas com a ferramenta SMART, dicas sobre procrastinação e exercícios.
 
Os autores encontraram cerca de 10 categorias de resoluções, sendo algumas destas: saúde física, perda de peso, mudança de hábitos alimentares, crescimento pessoal, saúde mental, sono, trabalho, estudos, fumo, entre outras.
 
A análise estatística evidenciou uma taxa de sucesso maior para o grupo 2 em relação aos grupos 1 e 3. Foi apontado que metas orientadas, onde os indivíduos são motivados positivamente, tem uma taxa de sucesso significativamente maior.
 
Em estudo utilizando fMRI para investigar bases neurais da habilidade de resistir à recompensa imediata enquanto um objetivo de longo prazo é seguido, pesquisadores descobriram robusta atividade neural no núcleo accumbens e na área tegmental ventral, bem como supressão da atividade subcortical relacionada à recompensa. Também observaram maior atividade no córtex pré-frontal anterior associada a menor ativação em regiões mesolimbicas (Dixon, 2010).
 
A literatura indica que há mais chances de que as resoluções de ano novo se realizem se elas forem formuladas de forma realista, específica, mensurável, alcançável e ancoradas no tempo. Tão importante quanto a formulação destas metas é ter uma rede de apoio que motive e demonstre apoio para que os objetivos não sejam deixados de lado.
 
 
 
Referências
 
Oscarsson, M., Carlbring, P., Andersson, G., Rozental, A. (2020) A large-scale experiment on New Year’s resolutions: Approach-oriented goals are more successful than avoidance-oriented goals. PLOS ONE 15(12): e0234097. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0234097.
 
Dixon, M. L. (2010). Uncovering the Neural Basis of Resisting Immediate Gratification while Pursuing Long-Term Goals. Journal of Neuroscience, 30(18), 6178–6179. https://doi.org/10.1523/JNEUROSCI.1341-10.2010.
 
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Jackson Cionek

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