Como vimos no blog anterior introdutório sobre gestão de pessoas, a neurociência traz contribuições importantes para os processos da gestão de pessoas, a partir de técnicas de registros dos sinais cerebrais, como por exemplo: o Eletroencefalograma (electroencephalogram - EEG), a Ressonância Magnética funcional (function magnetic resonance imaging - fMRI), Tomografia por emissão de positrões (posítron emission tomography - PET), Magnetoencefalografia (magnetoencephalogram - MEG) e Espectroscopia de infravermelho próximo (NIRS). Neste blog iremos pontuar como se dá a contribuição da Neurociência dentro de etapas comuns de gestão de pessoas.




1 - Agregar pessoas: este processo envolve práticas de recrutamento e seleção e pode ser compreendido como qualquer atividade da organização para encontrar e estabelecer uma relação de trabalho com pessoas. A neurociência contribui com a parte da neurociência social cognitiva e afetiva (que responde a questões fundamentais sobre a capacidade do indivíduos de poder entender-se e entender os outros indivíduos). 
 
2 - Aplicar pessoas: na adaptação dos colaboradores na organização, englobam-se assuntos como cultura da empresa, equipe de trabalho, motivação entre outras, sendo que a adaptação é algo intrínseco ao ser humano. A gestão de pessoas tem um papel significativo para auxiliar na adaptação do cargo. Fatores como o ambiente, satisfação e adaptação são de extrema importância na organização. A adaptação tem relação com a plasticidade neural, sendo a capacidade do organismo em adaptar-se às mudanças ambientais externas e internas, pois um cérebro ao receber estímulos faz com que a conexão entre as células nervosas aumente; é capaz de se desenvolver por meio de novas conexões sinápticas através do comportamento e experiências do indivíduo. Por meio da plasticidade neural, o desenvolvimento do cérebro se encontra em constante mudança e pode ter um efeito na estrutura física do cérebro.
 
3 - Recompensar pessoas: utiliza-se do processo de gestão de pessoas para incentivar os funcionários podendo satisfazer suas necessidades individuais, incluindo recompensas, remuneração e benefícios. Neste campo, a neuroeconomia busca compreender a forma de tomar decisões humanas, a habilidade de poder processar diversas alternativas, suas ações e quais serão os efeitos. Sendo uma tentativa de assumir boas decisões comportamentais dos agentes econômicos, para diferentes situações que são apresentadas na vida do ser humano sendo um ser econômico. Muitos fatores interferem numa decisão racional, o lado emocional interfere em grande parte pois muitas vezes o indivíduo associa determinada compra ao prestígio pessoal, ou também por imitar tendências. Na gestão de pessoas, a neuroeconomia vem contribuir em grande medida pelo fato de que existem as tomadas de decisões de maneira coletiva, no que diz respeito ao bem comum. Uma decisão inapropriada e irracional pode levar a organização a enfrentar problemas econômicos como também interferir negativamente nos colaboradores. 
 
4 - Desenvolver pessoas: é um processo da gestão de pessoas que se caracteriza por capacitar os funcionários. Tem como objetivo estratégico o crescimento e a sustentabilidade das organizações para enfrentar as rápidas mudanças que os tempos atuais junto com a globalização estão proporcionando. Desenvolver pessoas no interior da organização possibilita aquisição de estratégias e conhecimento como ao aplicar o neuromarketing, buscando compreender como ocorre o processo de tomada de decisão a partir das atividades cerebrais do consumidor. O neuromarketing parte de estímulos assertivos de consumo como, por exemplo, atenção ao produto por meio de elementos geradores de vínculos emocionais no conteúdo da propaganda, elementos visuais que facilitem a comunicação, elementos criativos e de design, tecnologias que gerem o interesse, luzes e som agradáveis também contribuem ao estímulo do consumo. Assim como o neuromarketing, existe a neurolinguística que também mantém relação com a neurociência, uma ferramenta para desenvolver a linguagem das pessoas, estudando os mecanismos do sistema nervoso central (SNC). Esse campo auxilia no conhecimento e na compreensão da linguagem. 
 
5 - Manter pessoas: é o processo utilizado para criar condições ambientais como também psicológicas satisfatórias para as atividades das pessoas. Nessa ótica, cabe mencionar a importância da prática do relaxamento e meditação. Estudos evidenciam que a realização da meditação e do relaxamento podem ter influências positivas no cérebro humano, pois são habilidades que permitem modular a cognição mas também o comportamento, gerando uma adaptação saudável ao meio. Pôr em prática essas atividades possibilita ao cérebro estimular novas conexões neuronais, assim como novos padrões de funções mentais. 
 
6 - Monitorar pessoas: neste processo, o papel do líder é de definir os resultados, é ser responsável pela mediação da performance de equipe de trabalho, verificar se o rendimento é de qualidade, focando, assim, uma melhoria contínua de forma a evitar possíveis defeitos em todos os níveis e funções da organização. Uma ferramenta eficaz para que o líder compreenda os processos de funcionalidade do cérebro humano, com vistas ao componente cognitivo no trabalho, é a neuroliderança. Poderá, dessa forma, influenciar positivamente através de seu papel de líder, com uso de técnicas de relaxamento e de meditação. A neuroliderança pretende melhorar as capacidades no desempenho como líder, nas suas decisões, equilibrar a suas emoções, melhorar as relações no ambiente de trabalho e a motivação da equipe. Contribui de forma positiva, não só aprimorando as relações e a empatia, mas também auxiliando no processo racional, levando estas características do líder para a gestão.
 
Referências
 
CABRERA, Nicole Landivar. Contribuições da neurociência para a gestão de pessoas. Psicologia-Tubarão, 2019.
 
DA SILVA, Alva Benfica; GOULART, Iris Barbosa. Contribuições da Neurociência para a gestão de pessoas. Opción, v. 31, n. 1, p. 113-133, 2015.
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Autor: Beatriz Frota
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