Jackson Cionek
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Como a neurociência cognitiva pode ajudar um cérebro viciado?

Como a neurociência cognitiva pode ajudar um cérebro viciado?

Cognitive Neuroscience and Addicted Brain
Cognitive Neuroscience and Addicted Brain

A neurociência cognitiva desempenha um papel fundamental no entendimento dos mecanismos cerebrais subjacentes ao vício e, consequentemente, no desenvolvimento de estratégias de tratamento. O vício é frequentemente entendido como um transtorno do sistema de recompensa do cérebro, mas também envolve mudanças em outras áreas e processos cerebrais. Vejamos como a neurociência cognitiva pode ajudar:

Entendimento do Sistema de Recompensa: A neurociência ajudou a identificar e entender o sistema de recompensa do cérebro, que é crucial para o desenvolvimento e manutenção de comportamentos viciantes. Este sistema, que envolve áreas como o núcleo accumbens e a via mesolímbica, é hiperativado por drogas e comportamentos viciantes, levando a um aumento da liberação de dopamina. Compreender este sistema ajuda a desenvolver tratamentos farmacológicos e comportamentais para o vício.

Identificação de Mudanças Cerebrais: Através de técnicas de imagem cerebral, como a ressonância magnética funcional (fMRI), os cientistas podem identificar mudanças estruturais e funcionais no cérebro associadas ao vício. Isso pode ajudar a prever a susceptibilidade ao vício, a recaída e a identificar alvos para intervenções.

Reabilitação Cognitiva: Alguns tratamentos focam na reabilitação cognitiva, que visa melhorar as funções cerebrais prejudicadas pelo uso de substâncias. Por exemplo, treinamento de memória de trabalho ou de atenção pode ser útil para pacientes em recuperação.

Terapias Comportamentais: O entendimento das redes cerebrais envolvidas no vício pode informar terapias comportamentais. Por exemplo, a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) pode ser usada para ajudar os indivíduos a reconhecer e modificar pensamentos e comportamentos problemáticos relacionados ao vício.

Biofeedback e Neurofeedback: Estas são técnicas nas quais os indivíduos recebem informações em tempo real sobre a atividade do seu cérebro e aprendem a modificar essa atividade. Isso pode ser útil para regular áreas do cérebro associadas ao vício.

Tratamentos Farmacológicos: Ao entender os neurotransmissores e vias envolvidas no vício, novos medicamentos podem ser desenvolvidos ou repurposed para tratar o vício.

Prevenção e Educação: Ao entender os processos cerebrais que levam ao vício, podemos criar melhores programas educacionais para prevenir o vício, especialmente em populações vulneráveis.

Em resumo, a neurociência cognitiva fornece insights valiosos sobre os mecanismos cerebrais subjacentes ao vício e abre caminho para tratamentos mais eficazes, personalizados e holísticos.

Que tipo de moléculas estão envolvidas em um cérebro viciado?

Vários neurotransmissores e moléculas estão envolvidos na mediação dos efeitos de substâncias viciantes no cérebro e na contribuição para o desenvolvimento e manutenção do vício. Aqui está uma olhada nas principais moléculas envolvidas:

Dopamina (DA):

Função: Este neurotransmissor é mais frequentemente associado ao sistema de recompensa do cérebro. Quando liberada no cérebro, a dopamina pode promover sentimentos de prazer e recompensa.

Relevância para o Vício: Muitas drogas de abuso aumentam a liberação de dopamina ou sua duração de ação na fenda sináptica, especialmente no núcleo accumbens, uma região crítica para recompensa e prazer. Com o tempo, a exposição crônica a substâncias pode alterar o sistema de dopamina, levando à diminuição da função de dopamina basal, contribuindo para sintomas de abstinência e comportamento de busca de drogas.

Serotonina (5-HT):

Função: Está envolvida na regulação do humor, apetite e sono.

Relevância para o Vício: Algumas drogas, como o MDMA (ecstasy), aumentam a liberação de serotonina, contribuindo para seus efeitos de elevação do humor. Alterações no sistema de serotonina também podem influenciar o humor e o comportamento, potencialmente contribuindo para os aspectos emocionais do vício.

Glutamato:

Função: É o principal neurotransmissor excitatório do cérebro e é crucial para a plasticidade sináptica, aprendizado e memória.

Relevância para o Vício: Mudanças na transmissão glutamatérgica, especialmente em regiões cerebrais como o núcleo accumbens e o córtex pré-frontal, estão ligadas a comportamentos de busca de drogas e ao estabelecimento de padrões mal adaptativos no vício.

Ácido Gamma-Aminobutírico (GABA):

Função: É o principal neurotransmissor inibitório do cérebro.

Relevância para o Vício: Drogas como álcool e benzodiazepínicos modulam os receptores GABA, levando a efeitos sedativos e ansiolíticos. Mudanças no sistema GABAérgico podem contribuir para sintomas de abstinência e o equilíbrio de excitação e inibição no vício.

Opioides Endógenos:

Função: São moléculas que ocorrem naturalmente no cérebro, como endorfinas e encefalinas, que modulam a dor, a recompensa e uma variedade de processos fisiológicos.

Relevância para o Vício: Drogas opiáceas, como heroína e morfina, imitam essas moléculas endógenas e ativam receptores opioides, levando a efeitos analgésicos e eufóricos. O uso crônico pode levar a alterações neste sistema, contribuindo para a dependência e abstinência.

Endocanabinoides:

Função: Modulam uma variedade de processos fisiológicos, incluindo apetite, sensação de dor, humor e memória.

Relevância para o Vício: A cannabis (maconha) contém THC, que imita endocanabinoides e ativa receptores canabinoides. O sistema endocanabinoide também está implicado nos efeitos de outras drogas de abuso.

Norepinefrina (Noradrenalina):

Função: Está envolvida na atenção, alerta e resposta ao estresse.

Relevância para o Vício: Algumas substâncias viciantes podem impactar as vias noradrenérgicas, influenciando a excitação e a resposta ao estresse, que podem ser fatores na recaída.

Estas moléculas e as vias que modulam podem sofrer alterações de longo prazo após o uso crônico de substâncias viciantes. Compreender essas mudanças moleculares oferece potenciais alvos para intervenções terapêuticas no tratamento da dependência.


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