As ondas sonoras são partículas que se propagam no ar até alcançar os nossos ouvidos. A organização destas ondas desenvolvem as músicas que, por consequência, nos despertam emoções e sensações.


Normalmente, as músicas que estamos acostumados a ouvir são combinações de dois ou mais tons naturais ou modificados que se somam antes de adentrarem no nosso pavilhão auditivo, as chamadas ondas monaurais. Estas compõem boa parte das músicas produzidas pela indústria com um único fim: entreter. 


Por outro lado, um outro tipo de onda ainda pouco conhecido, pode ser utilizado para potencializar aprendizado, concentração e até mesmo relaxamento; são as ondas binaurais. Estas são percebidas por uma estrutura cerebral chamada núcleo olivar e provocam sensações diferentes em cada um dos ouvidos, por se tratarem de frequências diferentes. É como se cada uma das orelhas ouvissem uma música distintas.


Descobertas por Heinrich Dove, quando tais ondas são captadas, o cérebro tenta organizar as frequências, o que interfere diretamente no balanço das ondas cerebrais (alpha, beta, theta e delta) e, consequentemente, no estado cerebral do ouvinte detectado pelo eletroencefalograma. Por este motivo, o uso das ondas binaurais passaram a ser estudados mais a fundo para que fosse possível usufruir ao máximo de suas potencialidades, uma vez que, é um recurso de baixo custo e fácil acesso. 


Estudos de Krauss, apontaram que a utilização de ondas binaurais em alpha foi eficiente para melhorar a performance de alunos que tinham que memorizar letras enquanto resolviam equações. De acordo com o estudo, o desempenho do grupo que ouviu o som durante a realização da atividade foi significativamente superior ao grupo que realizou a tarefa em silêncio. Trazendo evidências de que o som binaturais podem trazer benefícios na área de memorização. 


Outra pesquisa realizada na Grã-Bretanha com 36 voluntários, provou que a utilização de sons binaurais na frequência de gama favorecem à concentração, principalmente durante a realização de atividades que envolvam estímulos visuais. Na ocasião, os voluntários foram submetidos a tarefas de distinção de formas geométricas que eram mostradas em um display enquanto o seu tempo de resposta era medido. O grupo que ouviu o som apresentou menores tempos de respostas e maior índice de acertos do que o grupo que não ouviu o som. Dessa maneira, o estudo acima corrobora com o fato de que sons binaurais em gama podem sim ser utilizados como ferramenta para potencializar a concentração de indivíduos.


E então, está convencido de que a música pode sim contribuir para a melhoria de nossas habilidades?   

Confira abaixo a nossa playlist de frequências auditivas binaturais que também pode ser acessada no BrainTV.





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Referências


COLZATO, Lorenza S. et al. More attentional focusing through binaural beats: Evidence from the global–local task. Psychological Research, v. 81, n. 1, p. 271-277, 2017.


KRAUS, Jakub; PORUBANOVÁ, Michaela. The effect of binaural beats on working memory capacity. Studia psychologica, v. 57, n. 2, p. 135, 2016.


SIMMONS, Liza Claire. Binaural auditory beats, a promising therapy and cognitive enhancement. 2016.

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Autor: João Paulo Bezerra Fernandes
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